O ensaio triaxial estático é um dos principais procedimentos laboratoriais para a análise do comportamento mecânico dos solos, especialmente em projetos que envolvem esforços complexos. Nesse ensaio, uma amostra indeformada de solo é submetida a tensões controladas em três direções, simulando as condições reais de carregamento que ocorrem no campo. É possível determinar parâmetros fundamentais como coesão, ângulo de atrito interno, resistência não drenada e comportamento tensão-deformação.
O triaxial pode ser realizado em diferentes condições de drenagem, classificando-se em três tipos principais:
– UU (Não Consolidado, Não Drenado): não há consolidação nem drenagem em nenhuma etapa. Indicado para análise rápida de resistência não drenada – ASTM D2850:23;
– CU (Consolidado, Não Drenado): o solo é consolidado sob pressão confinante antes da aplicação da carga, mas não há drenagem durante o carregamento. Permite a medição de pressões neutras – ASTM D4767:20;
– CD (Consolidado, Drenado): tanto a consolidação quanto o carregamento ocorrem com drenagem, permitindo a avaliação completa da resistência drenada e da deformação volumétrica – ASTM D7181:20.

O ensaio triaxial dinâmico é utilizado para avaliar o comportamento dos solos quando submetidos a carregamentos cíclicos, como aqueles provocados por tráfego, vibrações ou eventos sísmicos. A amostra de solo, devidamente preparada, é submetida a esforços repetitivos em condições controladas de confinamento e drenagem, possibilitando a análise de parâmetros como rigidez, amortecimento e resistência à fadiga.
Dentre os principais parâmetros obtidos, destacam-se:
– Módulo de resiliência (MR): representa a rigidez elástica do solo sob carregamento cíclico, ou seja, a capacidade do solo de recuperar sua forma original após a aplicação de uma carga repetida – DNIT 181:2018;
– Deformação permanente (ou acumulada): refere-se à deformação irreversível que o solo sofre após diversos ciclos de carga – DNIT 179:2018.

O ensaio de cisalhamento direto é um procedimento laboratorial utilizado para determinar a resistência ao cisalhamento dos solos. No ensaio, uma amostra de solo é confinada em uma caixa bipartida e submetida a uma carga vertical constante, enquanto uma força horizontal é aplicada até ocorrer o rompimento. A partir dos resultados, é possível obter os valores de coesão, ângulo de atrito interno do solo e comportamento tensão-deformação.

O ensaio de adensamento avalia o comportamento de solos finos, especialmente argilas, submetidos a cargas verticais ao longo do tempo. Utilizando um equipamento chamado edômetro, a amostra de solo é confinada lateralmente e carregada de forma incremental, permitindo a medição da variação de altura à medida que a água intersticial é expulsa dos poros. Com esse ensaio, obtêm-se parâmetros importantes como o coeficiente de adensamento, índice de compressibilidade, índice de recalque secundário e a pressão de pré-adensamento.

O ensaio de permeabilidade é realizado para determinar a capacidade do solo em permitir o fluxo de água através de seus poros. Pode ser executado por meio de ensaios de carga constante (ABNT NBR 13292:2021) ou carga variável (ABNT NBR 14545:2021). Os resultados fornecem o coeficiente de permeabilidade, que varia conforme a estrutura, granulometria e compactação do solo. Esse ensaio permite avaliar o comportamento hidráulico dos materiais, auxiliando na previsão de fluxos subterrâneos, rebaixamento do lençol freático e controle de pressões intersticiais, contribuindo para a segurança e durabilidade das obras geotécnicas.